5 de outubro de 2010

Lua Adversa

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
 Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

Gracias... Cecília Meireles.

2 comentários:

Pati* disse...

hehehehe Adorei a reação da lua.
Na verdade, é um pena que as tantas ocupações nos turvem a visão, nos impedindo de apreciar as coisas verdadeiramente belas e mais simples.
Sobre o poema, creio que seja desnecessário comentar, Cecília já fala por si e, muitas vezes, por nós também! Abraços

Carla disse...

Verdade Aline, uma pausa na correria do dia a dia para apenas observar ao redor pode nos fazer um bem maior do que podemos imaginar!
Abração e bem vinda!

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